Nunca havia pensado em visitar Berlim, mesmo apaixonado pela historia da segunda guerra, as fotos de uma cidade moderna e a preocupação com o idioma deixavam a capital alemã como uma das ultimas opções. Estava completamente enganado.
Berlim é 10, com vida noturna intensa, muita história, uma grande cidade com cara de cidade pequena.
Ao contrário de cidades como Lisboa, Paris e Barcelona, Berlim não possui tantos prédios antigos, grande parte da cidade foi destruída na segunda guerra, muitos prédios novos e altos contrastam com alguns prédios antigos e pequenos.
A sensação de segurança é ótima, por mais que quase não se veja policiais nas ruas, parece que cada alemão sabe seu direito e seu dever.
Idioma:
Não se fala português em Berlim, muito pouco espanhol, a língua alemã é bem complicada de ser entendida, eles juntam as palavras se tornando uma única palavra gigante, mas quase todo mundo fala inglês, nem sempre muito bem, mas é perfeitamente possível se comunicar, até mesmo na região da antiga Berlim oriental, que sem duvidas, é a parte mais charmosa da cidade. Até sem o inglês dá para “se virar” por mímicas e gestos. O Berlinense, ao contrário do que eu esperava, não é tão fechado, por diversas vezes tivemos ajuda, até sem pedir, sempre foram simpáticos e tentando “adivinhar” o que estávamos precisando, me indicando para que lado do U-bahn (Metro) eu deveria seguir.
Transporte:
Praticamente não usam carro, andam de bicicleta, a pé, de ônibus, metrô, trem, bonde elétrico e skate, o transporte público é perfeito, não existe catraca ou roleta, nem nos ônibus, nem nas estações, compra o bilhete quem quer, mas se for pego pela fiscalização leva multa (me informaram que algo em torno de 60 Euros), existem vários tipos de bilhetes, é preciso estudar um pouco antes de decidir qual vai te atender, pois além do tipo do bilhete, tem numero de dias, zona para a qual você precisa se locomover, o site da BVG explica bem os bilhetes e no mapa é possível ver as zonas A, B e C. Abaixo alguns exemplos:
Dependendo do tempo que você irá ficar na cidade, vale a pena comprar o Berlin Welcome Card (48h, 72h, 4, 5 ou 6 dias) também é preciso escolher a zona pela qual irá transitar, por exemplo, se pretende visitar Postdam, Oranienburg (campo de concentração Sachsenhausen) e/ou pegar seu voo de volta no aeroporto de Schönefeld SFX, todos os 3 destinos estão na zona C, logo precisará do bilhete para todas as 3 zonas, no site você poderá encontrar mais informações. Não consegui comprar esses tipo de bilhete na maquina, o Berlin Welcome Card, pode ser que tenha como, mas preferi a comprar direto com os atendentes nas estações de metro.
Aeroportos:
Se você está indo do Brasil, provavelmente chegará no aeroporto de Tegel, localizado na zona B de transporte, existe um ônibus chamado TXL (um dos únicos da cidade que só tem um andar) que te leva direto para a Alexanderplatz (seu ponto final), é a melhor opção para não gastar muito com táxi. Na chegada, normalmente desembarcará no piso mais baixo do aeroporto, suba um andar e procure a saída principal do aeroporto, entrará em um totem quase ao lado da porta onde poderá comprar e validar seu bilhete para o ônibus TXL, sempre tem alguém para te ajudar, é moleza!
Caso seu voo chegue ou saia por Schönefeld, localizado na zona C (aeroporto utilizado pelas Low cost, como Easy Jet e Hahn Air) o caminho é de metrô/trem, se optar por táxi, entre Schönefeld e a Alexander platz terá um custo entre 40 e 50 euros, é um pouco longe, uns 40 minutos.
Uma coisa que me impressionou em Berlim, foram as calçadas bem padronizadas, ou seja, é possível arrastar sua mala praticamente por todo o bairro do Mitte sem nenhuma dificuldade, bem diferente das calçadas brasileiras.
Pontos turísticos:
Não dá para dizer todos, são muitos, citarei os que achei mais interessante, lembrando que sou apaixonado pela história da segunda guerra mundial.
- Portão de Brandemburgo: dispensa explicações, é a cara de Berlim, dependendo do local onde você está hospedado é possível ir a pé, mas existem as opções do ônibus 100 ou mesmo o hopon/hopoff, muito próximo encontra-se a ilha dos museus, reserve ao menos um dia completo para fazer a região completa, com o portão de Brandemburgo, ilha dos museus, memorial do judeus mortos na Europa, check point Charlie e o Parlamento alemão (Reichstag);
- Parlamento Alemão (Bundestag/Reichstag): muito próximo ao portão de Brandemburgo, é preciso marcar dia e hora no site (clique aqui) para realizar a visita ao seu interior e sua grande cúpula de vidro com bela vista panorâmica de Berlim, vale a pena subir, a entrada é gratuita. Mas tem obrigatoriamente que ser agendada pelo site, caso contrário, não conseguirá entrar. Se possível marque com antecedência de pelo menos 2 semanas, pois os melhores horários esgotam muito rápido;
- Torre de TV (Berliner Fernsehturn): praticamente “colada” na Alexander Platz, a vista é perfeita, como a cidade é toda plana, é possível ver toda a cidade em um dia de céu limpo. A torre é vista de quase toda a cidade e é ótima como ponto de referencia quando está perdido. É preciso comprar o ingresso com antecedência no site (aqui) e mesmo com hora marcada quase sempre tem fila e atraso, portanto se prepare;
- Ilha dos museus (Museumsinsel): composta por 5 museus (Pergamon, Altes, Neues, Alte Nationalgalerie e Bode) localizada a mais ou menos 1km do portão de Brandemburgo e 1,5km da Alexander Platz, além dos 5 ainda temos Berliner Dom e Lustgarten, e do outro lado do rio o DDR Museum interativo (modo de vida da Alemanha oriental antes da queda do muro, deve ser visitado é bem interessante), não explicarei cada um deles, pois já existe muita informação na internet, mas reserve ao menos 6h se for visita-los e dá para fazer todos a pé, no mesmo dia do Parlamento, Portão de Brandemburgo e check point Charlie. Antes de iniciar o passeio, marque em um mapa os que quer visitar e estabeleça tempo de permanência, caso contrário poderá se perder no tempo;
- East Side Gallery: distante 2 estações da Alexander Platz (S5,S7 ou S75), desça na Warschauer Str e apenas atravesse a rua, a East side é basicamente uma parte do que sobrou do muro de Berlim após sua queda, todo grafitado por diversos artistas famosos ou não, lá ainda é possível ver a diferença entre os lados, de um lado a parte oriental e do outro a Alemanha ocidental, vale a pena uma visita rápida, 1h é possível percorrer todo os 1.300 metros de muro e voltar para a estação. Atração gratuita;
- Memorial dos Judeus mortos na Europa: Próximo ao check point Charlie, ilha de museus e portão de Brandemburgo, basicamente são blocos de cimento cinzentos, de vários tamanhos e formas, formando uma espécie de labirinto, uma visita rápida e interessante, em área aberta, é gratuito;
- CheckPoint Charlie: Um dos pontos mais famosos do fim da segunda guerra, vale a pena uma visita e algumas fotos, nada mais é que uma guarita no meio de uma rua, onde tem uma foto de um soldado americano e do outro um soldado russo, existe um museu com muita informação, mas muito desorganizado, se gosta muito de história, vale a pena uma visita, todos os documentos estão em alemão e inglês, não tem nada em português ou espanhol, interessante é a criatividade do povo da Alemanha oriental para tentar passar pelo muro, algumas bem engraçadas;
- Sachsenhausen – Memorial e Campo de Concentração: em Oranienburg, 50 minutos de metrô/trem do centro de Berlim, mais informações em um post que fala somente da atração, que é praticamente obrigatória para quem gosta da história da segunda guerra.
➡ Clique aqui para acessar uma postagem específica sobre como visitar o Memorial e Campo de Concentração Sachsenhausen.
Existem outros diversos pontos como a Kurfürstendamm (Kudamm) onde estão as principais lojas de marcas mundialmente famosas em Berlim, Coluna da Vitória (Siegessäule) e Postdam. Se fosse escrever sobre todos passeios possíveis em Berlim, ficaria uns 3 meses fazendo este post!